“Essa é uma clara violação de direitos. As famílias já vivem há anos na luta e resistência pelo acesso à terra. O que ocorreu foi uma ação orquestrada entre milícias e forças do Estado disfarçadas de segurança pública”
Como defensor da luta constitucional pelo direito à terra, o deputado Mauro Rubem (PT) repudia a ação violenta praticada contra as famílias do Acampamento Conquista com Deus, situado às margens da rodovia GO-164, no município de Araguapaz, em Goiás, na última terça-feira, dia 08.
Segundo relatos dos moradores, pelo menos oito barracos foram destruídos em uma área onde não havia moradores no momento. “Essa é uma clara violação de direitos. As famílias já vivem há anos na luta e resistência pelo acesso à terra. O que ocorreu foi uma ação orquestrada entre milícias e forças do Estado disfarçadas de segurança pública”, declarou Mauro Rubem.
Moradores afirmam que, cerca de uma hora antes da ação, uma viatura da Polícia Militar do Estado de Goiás esteve no acampamento, abordando integrantes da comunidade e questionando sobre a construção de novos barracos. Os moradores explicaram que não se tratava de novas construções, mas apenas da substituição de lonas antigas por lonas novas em estruturas já existentes.
Ainda de acordo com os relatos, os policiais teriam ordenado que as próprias famílias derrubassem os barracos reformados, sob ameaça de prisão das lideranças comunitárias. Após a saída da viatura, horas mais tarde, as famílias encontraram os barracos destruídos: lonas rasgadas, móveis danificados e partes das estruturas quebradas.
A comunidade do Acampamento Conquista com Deus denuncia que essa não foi a primeira ação violenta sofrida. Em fevereiro de 2024, uma operação semelhante resultou na destruição de dois barracos recém-reformados. Na ocasião, os moradores relataram ameaças explícitas por parte de agentes, incluindo ordens de derrubada sob pena de incêndio generalizado das moradias. Os policiais, segundo os relatos, afirmaram que a construção de novos barracos estaria proibida em todo o estado.
“É inadmissível que, em pleno Estado Democrático de Direito, famílias sejam tratadas como criminosas por lutarem pelo básico: o direito à moradia e à terra. Isso é reflexo de uma política que criminaliza os pobres e favorece os interesses do latifúndio”, afirmou Mauro Rubem.
Investigações e providências
O parlamentar anunciou que irá acionar o Ministério Público de Goiás e órgãos federais de direitos humanos para investigar a ação e responsabilizar os envolvidos. Ele também pretende solicitar informações oficiais à Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás sobre a operação policial no local.
“O uso da força para reprimir trabalhadores do campo é uma prática autoritária, que não pode ser naturalizada. É preciso garantir proteção e dignidade a essas famílias”, completou o deputado.